Fortunata de Freitas Junqueira - "a mestra Naná"...

Um dos mais belos edifícios de Congonhas, inaugurado no limiar da década de 1940, abrigou a Escola Apostólica São Clemente Maria (o Seminário Menor dos Padres Redentoristas). Um educandário de referência em toda a região. Depois, esse mesmo edifício sediou a Fundação Dom Silvério entre as décadas de 1960 e 1970. Na década de 1980 serviu para atender a Escola Politécnica Antônio Francisco Lisboa, e desde 1994 abriga a Escola Municipal Fortunata de Freitas Junqueira. Uma trajetória e tanto quando se fala em educação em Congonhas.

E a origem do nome da escola Fortunata de Freitas Junqueira é uma homenagem a uma ilustre cidadã congonhense, que prestou relevantes serviços na área da educação, com devoção e dedicação amorosa, bem como na área social aos menos favorecidos, justificando assim sua importância para a cidade, devido a sua grandeza e dignidade que perpassa o tempo e eterniza o nome de “Dona Naná”, carinhosamente conhecida por seus amigos e familiares, pela sua simplicidade e gentileza.

Fortunata de Freitas nasceu em 05 de novembro de 1914, recebendo o primeiro nome da avó paterna, Fortunata Cordeiro de Freitas, sendo seus pais Manoel Jacintho de Freitas (ou “Manoel André” como era conhecido) e Maria José de Andrade, que foi a primeira professora formada da cidade, conhecida carinhosamente como Dona Lalá, que dava suas aulas num salão a rua Benedito Quintino, construído por seu marido para este fim.

Recebeu Fortunata uma educação baseada em bons princípios, aprendendo as lidas domésticas e se dedicando aos estudos, frequentando na cidade de Barbacena a Escola Normal e posteriormente o magistério no Colégio Nossa Senhora de Nazaré em Conselheiro Lafaiete, formando-se em 1934.

Lecionou no grupo escolar “Barão de Congonhas”, construído em terreno doado por sua mãe, Dona Lalá, que foi professora e diretora deste educandário.

Em 1942 casou-se com Aristides Francisco Junqueira, o “Zico”, com quem teve nove filhos. Naná foi esposa e mãe dedicada, e participava fervorosamente das atividades religiosas. Fez parte de associações e instituições de assistência social na cidade de Congonhas.

Em 1963 seu esposo Aristides Junqueira foi eleito prefeito da cidade, no qual Naná participou como voluntária no governo a frente das obras assistenciais. Em 1965 Naná aposentou-se como educadora, vocação que realizou por toda vida.

Aos setenta e seis anos ficou enferma, e em decorrência do agravamento de sua doença, veio a falecer em 18 de novembro de 1991. Durante seu velório e sepultamento compareceu uma multidão de populares, todos em profundo lamento por sua partida.

Aos familiares e amigos ficou o legado de amor, dedicação ao próximo, exemplo de educadora e cidadã.


Por André Candreva

Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Congonhas
Academia de Ciências, Letras e Artes de Congonhas
Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafaiete
Academia de Letras Brasil – RMBMG
Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais
Academia de Letras, História e Genealogia da Inconfidência Mineira


REFERÊNCIAS:

Câmara Municipal de Congonhas - arquivo legislativo;
Família Junqueira

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Escola Barão de Congonhas - a caminho de seu centenário...

Catástrofe durante a Procissão dos Passos em Congonhas

Tragédia horrível em Congonhas