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Mostrando postagens de outubro, 2024

Congonhas e os visitantes estrangeiros no século XIX

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O Brasil colonial vivia a passos lentos em seu desenvolvimento e progresso, como determinava o domínio português, cujo objetivo maior era extrair da colônia suas riquezas minerais e levá-las para o reino além mar. Os portos eram fechados. Só entravam na colônia quem os portugueses autorizavam. Tudo era restrito e mesmo com o intenso comércio com a Inglaterra e o constante tráfico de pessoas escravizadas da costa africana, a presença de estrangeiros em terras brasileiras era restrita e muito bem controlada. Esse cenário só iria mudar após a vinda da corte portuguesa para o Brasil no ano de 1808. Dom João VI, ao se estabelecer em terras tupiniquins, passou a exigir melhorias na condição de vida das províncias, principalmente no Rio de Janeiro. E uma de suas ações foi promover a abertura dos portos às nações amigas de Portugal, principalmente a Inglaterra. Assim, inicia-se a vinda para cá dos viajantes europeus ávidos em desbravar e conhecer melhor o Brasil, atraindo pesquisadores e natur...

O Roubo do Esmoler de Feliciano Mendes

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Alguém já imaginou o Esmoler de Feliciano Mendes sendo surrupiado da Basílica do Bom Jesus de Matosinhos? Pois é. Difícil de acreditar. Mas aconteceu. O Esmoler é considerado pelos fiéis católicos como a primeira relíquia religiosa deixada pelo português Feliciano Mendes em Congonhas. Foi com ele (Esmoler) que Feliciano saiu peregrinando pelas paragens mineiras revelando a quem encontrasse pelo caminho o milagre que lhe ocorreu por intercessão do Bom Jesus de Matosinhos e pedindo esmolas para construir o templo. Feliciano, sem querer, se tornou o "primeiro grande propagandista" do Bom Jesus no território mineiro, divulgando sua fé inquebrantável e o poder de cura do Senhor Morto, representado por uma pequena escultura em uma caixa de madeira. Esmoler usado por Feliciano Mendes (1758-1765) para angariar recursos E isso impressionou a todos que o conheceram, dando início a uma peregrinação de romeiros a Congonhas, que aqui afluem anualmente para "dobrarem seus joelhos...

Fortunata de Freitas Junqueira - "a mestra Naná"...

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Um dos mais belos edifícios de Congonhas, inaugurado no limiar da década de 1940, abrigou a Escola Apostólica São Clemente Maria (o Seminário Menor dos Padres Redentoristas). Um educandário de referência em toda a região. Depois, esse mesmo edifício sediou a Fundação Dom Silvério entre as décadas de 1960 e 1970. Na década de 1980 serviu para atender a Escola Politécnica Antônio Francisco Lisboa, e desde 1994 abriga a Escola Municipal Fortunata de Freitas Junqueira. Uma trajetória e tanto quando se fala em educação em Congonhas. E a origem do nome da escola Fortunata de Freitas Junqueira é uma homenagem a uma ilustre cidadã congonhense, que prestou relevantes serviços na área da educação, com devoção e dedicação amorosa, bem como na área social aos menos favorecidos, justificando assim sua importância para a cidade, devido a sua grandeza e dignidade que perpassa o tempo e eterniza o nome de “Dona Naná”, carinhosamente conhecida por seus amigos e familiares, pela sua simplicidade e genti...

José Hélio de Miranda – “O comunicador Dê Mirada”...

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O comunicador José Hélio de Miranda, mais conhecido como “Dê Miranda”, nasceu em 05 de fevereiro de 1938, no Distrito do Alto Maranhão, em Congonhas. Filho de João Evangelista Sobrinho e Bernadete Augusta Roman, ainda na infância veio morar em uma modesta casa localizada próximo à Praça Bandeirantes em Congonhas. Cursou o primário no grupo escolar Barão de Congonhas e sua primeira professora foi Fortunata de Freitas Junqueira – a saudosa “Dona Naná”. Na adolescência estudou no Seminário dos Padres Redentoristas de Congonhas onde recebeu uma sólida formação educacional e cristã. Em meados da década de 1960, Dê Miranda principiou a trabalhar na Rádio Difusora de Congonhas onde aperfeiçoou a técnica de comunicador. Em fins de 1967, no vigor de sua juventude, estreitou laços de amizade com o produtor e diretor de cinema Oswaldo Massaine quando da gravação do filme Madona de Cedro, produzido pela companhia de cinema norte-americana MGM, que usou como cenário principal o conjunto histórico d...

Benedito Valentim da Costa - O vicentino "Bibi"...

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Benedito Valentim da Costa, mais conhecido como “Bibi”, nasceu em 22 de janeiro de 1920 na cidade de Lagoa Dourada, MG. Ainda criança veio residir com os pais na localidade conhecida como “Jurema” (próximo a São Gonçalo), no município de Conselheiro Lafaiete, onde seu Pai principiou a trabalhar na Companhia A. Thun Mineração, responsável à época pela exploração da jazida de manganês existente na região. Com a transferência de seu Pai para a mina “Casa de Pedra” (também operada pela Cia. A. Thun Mineração) em 1937, Bibi aproveitou a oportunidade e seguiu para a cidade fluminense de Niterói, onde foi trabalhar, e nas horas de folga praticar futebol, uma de suas paixões. Nessa época já aflorava seu talento e técnica como zagueiro nos times de futebol de várzea em que participava. Depois de pouco mais de um ano residindo em Niterói, Bibi veio morar no distrito de Honorário Bicalho, em Nova Lima, onde permaneceu por quase dez anos, trabalhando na Mina Morro Velho como condutor de bonde. Era...

Desabou a Igreja Matriz de Congonhas

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Felizmente não houve vítimas. Uma tempestade atingiu o então distrito de Congonhas do Campo na noite do dia 2 de março de 1925 e se estendeu pela madrugada seguinte. A forte chuva castigou o povoado, provocando danos em casas, ranchos e até em uma das mais importantes igrejas da Arquidiocese de Mariana: a Matriz de Nossa Senhora da Conceição. O sinistro foi relatado em diversos jornais da época. Em um deles, o jornal "O Paiz", em sua edição de 31 de maio de 1925, assim descreve o nefasto episódio ocorrido em Congonhas: "Após uma tempestade que caiu durante toda a noite anterior em Congonhas, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição sofreu severos danos no telhado e paredes laterais vindo a ruir na manhã seguinte. Durante a celebração religiosa o pároco redentorista Godofredo Strybos percebeu a gravidade da situação e retirou todos os fiéis antes do desabamento." Naquela manhã do dia 3 de março de 1925, a percepção do Padre Godofredo e sua rápida atitude em esva...

Catástrofe durante a Procissão dos Passos em Congonhas

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O jornal "O Contemporâneo", em sua edição de nº 18, publicada em 7 de maio de 1893, divulgava o lamentável episódio ocorrido durante os festejos da "Semana Santa" no então distrito de Congonhas do Campo. Os fieis não imaginariam que uma tragédia se abateria sobre eles em pleno cortejo santo na noite da longínqua terça-feira, 28 de março de 1893. Eis a nota do jornal: “Na noite de 28 de março de 1893, durante a procissão dos Passos entre a Igreja do Bom Jesus e a Matriz de Nossa Senhora da Conceição no distrito de Congonhas do Campo, por volta das 19h, quando os fiéis atravessavam o rio Maranhão, a ponte de madeira provisória ali instalada não suportou o peso da multidão e desabou, fazendo com que muitas vítimas caíssem no leito do caudaloso rio, algumas com sérios ferimentos”. Ponte de madeira sobre o rio Maranhão - Gravura - 1870 As autoridades ouropretanas foram avisadas sobre o sinistro ainda naquela noite, após o envio de um telegrama através da estação ferroviá...

Cônego João Pio de Souza Reis

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Uma das figuras mais importantes da história congonhense, um homem à frente de seu tempo, uma pessoa de múltiplas ações. Este foi João Pio de Souza Reis, Cônego e Político mineiro que viveu um longo período de sua existência em Congonhas, em especial, na condução do Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos como seu principal administrador, sob a confiança de Dom Silvério Gomes Pimenta, dileto amigo. Cônego João Pio nasceu em Ferros/MG, em 04 de maio de 1860. Filho de Reginaldo de Sousa Reis e de Maria Cândida Duarte, seus pais eram fazendeiros e residiam em São Domingos da Prata/MG. Estudou no Colégio do Caraça ordenando-se padre em Mariana em 05 de novembro de 1882. Dirigiu as paróquias de São Caetano (Mariana), de São Domingos da Prata e de Muriaé onde foi vigário de 1911 a 1916. Em Muriaé se destacou não só por suas qualidades como sacerdote, que eram muitas, mas como jornalista, escrevendo no jornal “O Operário”, e principalmente no jornal “Alto Muriahé”, do qual era colaborador...